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AS NATUREZAS NA
CRIAÇÃO
Síntese:
O poder de Deus em ação cria todas as coisas, conforme a ciência que lhe é apropriada.
Comentário:
As naturezas das coisas podem ser:
1) quanto a origem: humana e divina
2) quanto a substancia: material e espiritual.
Natureza material
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Natureza espiritual
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Natureza
humana
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Emocional,
mutável, natural, científica
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Natureza
divina
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racional,
eterno,
opcional,
ciência
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É de natureza material tudo
aquilo que tem matéria ou que depende da matéria para existir, mesmo que seja
invisível, como as vibrações, energia, magnetismo, pensamento, etc. O que é de
natureza espiritual não depende da matéria para existir só dependa dela para
agir. Apenas os espíritos são de natureza espiritual e podem ser do homem, do
mundo e de Deus. O espírito é que dá
“vida” as coisas, a matéria sem espírito é “morta”. O mundo espiritual é
dito “metafísico” pelas pessoas materialistas, que acham que espíritos não
existem.
Qualquer coisa, para existir, deve
ter o projeto e a execução. Ex. Você tem uma receita de bolo e faz o bolo. A
receita é a ciência, mas só com ela não teremos bolo, é necessário a ação de
fazer, para que haja bolo. Também a criação passou a existir a partir do nada e
é resultado da fusão de ciência (conhecimento) de Deus, o arquiteto do mundo, e
a ação do seu Espírito. Deus é a origem de toda ciência e de toda ação. Quando
o espírito age com uma determinada ciência as substâncias são criadas segundo
as leis daquela ciência.
Quando a ciência entra em ação há
criação. Deus é eterno, tem a ciência de tudo e é o Espírito ativo, isto
resulta numa eterna criação (e sustentação) do universo. A matéria criada tem
as formas e características relativas a ciência que lhe deu origem e lhe
individualiza. A criação forma a realidade visível aos nossos olhos e aos
sentidos, mas a realidade é uma verdade
temporária (relativa), pois tem existência finita, precisando ser sustentada e
renovada a cada instante. A ciência e a ação são imutáveis, ou seja, sempre a
mesma coisa, não se desgastam, são eternos, por isso formam a Verdade
(absoluta). Assim temos como criatura, a realidade mutável e passageira dos
homens e como criadora, a Verdade imutável e eterna de Deus.
A matéria primitiva da vida é o
átomo, que segue um modelo estrutural , segundo as leis da criação dos átomos.
Variando o número de elétrons e prótons forma-se as diferentes substâncias. Os
átomos não se reproduzem. Pode ocorrer em alguns casos, que as perdas
energéticas de um átomo causam a sua deterioração, formando outras substâncias.
Até os dias de hoje não se tem notícias de ganhos energéticos de um elétron que
o transforme em outra substancia, a não ser nas reações químicas.
Ligando átomos entre si formamos
moléculas. Juntando-se determinadas moléculas sob determinadas condições ou
leis, formamos as células, que são a base da vida animal e vegetal. Os átomos
não se reproduzem, mas as células, que são feitas de átomos, podem se
reproduzir. Como isto é possível? Como pode um conjunto de átomos, organizados
aleatoriamente adquirirem esta propriedade, se eles não a tem individualmente?
Isto é porque as moléculas não foram formadas aleatoriamente, como dizem os
“cientistas”, mas foram formadas segundo uma lei com uma ordem para se
reproduzirem.
Na reprodução, todos os seres,
transmitem uma carga genética contendo seu projeto ou ciência. A carga genética
de uma célula pode se alterar, involuntariamente, com conseqüente degeneração.
Não se tem notícias de alteração celular que melhore a carga genética, portanto
não pode haver evolução da espécie. Uma melhora da carga genética só pode ser
obtida pela seleção de indivíduos pelo instinto de sobrevivência (que também é
uma lei da criação), mas é uma melhora para a espécie e não a melhora de um
indivíduo, portanto não é evolução e sim seleção natural. O que leva a
conclusão que a criação é feita levando se em consideração as características
genéticas das espécies e não através da evolução inter espécies.
O
HOMEM
Síntese:
O homem é a imagem e semelhança de Deus mas ofuscada pela individualidade.
Comentário:
Deus criou tudo o que existe com
a ação criativa (Espírito) de sua palavra (Verbo), cada coisa segundo suas
propriedades. Aos minerais deu suas formas cristalinas, aos vegetais formas e
movimentos e aos animais, formas, movimentos e instintos. Ao homem deu forma,
movimento, instinto e vontade (espírito), fez nele sua imagem e semelhança, como
um “Filho”.
Os instintos são:
a) De preservação da espécie, é
aquele que nos faz viver em grupos sociais e reproduzir, para manter a espécie
e ao mesmo tempo , ajudar na defesa do grupo.
b) De preservação individual ou de
sobrevivência, é o responsável pela “lei do mais forte”. É o mais apto a
sobreviver em situação crítica.
c) De liberdade e independência, é
aquele que nos incita a termos vontade própria.
d) De dominação, é aquele que nos
incita a conquistar ao invés de sermos conquistado.
Estudando os instintos vemos que
eles geram no homem, uma forte vontade de dominar os demais, desrespeitando
tudo e todos, favorecendo o mais forte em detrimento do mais fraco. Onde há
força, há abuso, escravidão e leva os mais fracos a submissão (para
sobreviver). A vontade de Deus é que vivamos sem dominação, nos ajudando
mutuamente. Para que isto ocorra, o homem deve superar seus instintos
(sentimentalismo e emoções) usando a razão. Neste processo ocorre a evolução
espiritual, onde pelo “livre arbítrio”, cada um escolhe entre o que é
instintivo (material, emotivo e sentimental) ou espiritual (racional).
O
DESTINO E O SOFRIMENTO DOS JUSTOS:
Síntese:
O homem é um animal e como tal segue um “projeto” estabelecido por Deus. Mas
como é portador de razão semelhante a Deus, ele pode desviar-se destes
desígnios, traçando um caminho que pode afastá-lo ou aproximá-lo de Deus.
Comentário:
Dizem
que o homem tem um “destino” traçado desde seu nascimento até a morte, pois
fomos criados diferentes um dos outros, tanto física quanto espiritualmente.
Mas Deus dá a todos as mesmas condições de vida, sem distinção ou
favorecimento, sendo o projeto básico é o homem animal. O homem por ser animal
age por instinto o que as vezes traz sofrimentos e benefícios, tanto para si
como para os outros. Aqueles que sofrem, não são escolhidos nominalmente por
Deus para sofrer, mas sofrem em conseqüência da ação instintiva sua, de outro
ou do grupo. Os mais fracos são os que mais sofrem porque assim é a lei do
instinto. Para sair desta lei o homem deve fugir do modo de vida instintivo e
procurar o modo de vida da razão de Deus, pois esta é a lei específica de Deus
para os homens; Deus nos fez racionais para sairmos do domínio do instintos.
Mesmo desejando cumprir a vontade
de Deus o homem não consegue faze-lo de modo correto, cometendo erros. De uma
forma geral o homem é imperfeito e injusto, não consegue fazer as coisa como
deveriam ser feitas. O erro de um pode trazer-lhe sucesso e riqueza, mas causa
sofrimento a outros. Os que sofrem devido a sua maldade merecem este
sofrimento, mas o homem bom (ou menos mau) que sofre, devido ao erro do outro,
assemelha-se a Cristo, aquele que mesmo inocente, sofreu e morreu pelos erros e
inveja dos seus compatriotas e autoridades; erros estes, que cometemos ainda
hoje, por isto se diz que Cristo morreu por nossos erros, que são os mesmos dos
nossos antepassados mais longínquo. E assim justificamos o sofrimento em
conformidade com Cristo.
O
DESTINO E AS CALAMIDADES
Síntese:
A ciência do homem é dada por Deus para ele respeitar sua vontade, mas o homem
o desafia a cada dia.
Comentário:
Quando ocorre uma catástrofe
natural, normalmente nos questionamos se Deus é de fato bom, se esta seria a
vontade dele, pois muitas pessoas são afetadas indiscriminadamente. Ocorre que
a vontade de Deus já está definida desde a criação do mundo, esta vontade é
expressa pelas suas leis. No caso de catástrofe natural, pelas leis dadas a
natureza. As pessoas, os governos, os comerciantes e poderosos é que não se
importam com estes desígnios e desafiam Deus. Por ex. Sabe-se que existe na
Califórnia (EUA) uma falha geológica de alto grau de risco de terremoto, mas mesmo
assim o estado que mais rico e que mais cresce nos EUA é ele. Sobre a falha
geológica, construíram e constróem grandes cidades, fábricas, etc tudo já está
condenado, mas vão culpar Deus toda vez que ocorrer um terremoto. Também se
conhece os vulcões e as áreas de terremoto, de gelo, maremotos, deslizamentos
de terra, desertos, etc, só se espera catástrofe nestes locais, e quando isto
ocorrer, vão culpar Deus.
PREDESTINAÇÃO
Síntese:
O projeto de Deus para o homem é o mesmo para todos os indivíduos. A predestinação
distorce a imagem de Deus.
Comentário:
,
Deus nos criou perfeitos, como os
animais, traçou um caminho igual para todos nós, que é a sua vontade, mas nós
nos tornamos imperfeitos vivendo a nossa vontade. Assim o homem é capaz de
traçar o seu “destino” escolhendo um dos caminhos, viver a vontade de Deus ou a
dele. Qualquer um que estiver vivendo a sua vontade, pode retornar e entrar
neste caminho pois foi criado para todos. Posso dizer também que todos foram
escolhidos, sem distinção de pessoas, para ser o “Cristo” de Deus na Terra,
ocorre que ninguém aceita esta função, só Jesus aceitou. Veja que Israel foi
eleito o povo de Deus para receber os seus ensinamentos e o Cristo, não foi
eleito para outra coisa senão esta. Todos somos predestinados a ser o “Cristo”,
mas através do livre arbítrio. As vezes este livre arbítrio parece não ser tão
livre que não se tem escolha. Normalmente o sofrimento é devido a nossa escolha
errada, que pode Ter sido tomada por gerações anteriores. Por exemplo: muitos
descendentes de imigrantes sofrem muito aqui no Brasil, se seus antecedentes
tivessem ficados na Europa, apesar da crise naquela época, hoje estariam em
situação sócio econômica bem melhor. Agora, o sofrimento por amor a Deus, como
o de Cristo, este não é causado por Deus e sim pelo homem (humanidade).
A predestinação de um grupo a
salvação incondicional, é condenável, porque distorce a imagem de Deus
tornando-o mau e seletivo, o que não é verdade, pois sabemos que Deus é bom e
não faz distinção de pessoas.
A
QUEDA
Síntese:
O homem não quer se aproximar de Deus e prefere as diferenças em vez da
igualdade.
Comentário:
A ação (do Espírito) com conhecimento
(ciência de Deus) produz matéria e tempo e a ação do tempo transforma a
matéria, tornando-a imperfeita. Na razão do homem esta imperfeição se manifesta
quando a inteligência interpreta a vontade de Deus expressa nos instintos,
exagerando-os e transformando-os em maldade (pecados). A diferença entre os
animais e o homem é que o primeiro usa os instintos unicamente para sobreviver,
até mesmo quando caça, ele só mata o que vai comer. Já o homem é insaciável,
ele usa e abusa dos instintos, maltratando seus próximos. Este processo
chamamos de “queda do homem” que cai de uma vida perfeita no paraíso para uma
vida terrena, cheia de lutas pela sobrevivência.
O homem primitivo quase não usava
o raciocínio, vivia como animal regido pelo instinto, pela lei do mais forte e
ganância, querendo dominar tudo e todas as coisas, escravizando-as. Era a época
do homem explorador que sofria o medo de ser atacado por outro mais forte que
ele e que fizesse com ele o que ele fazia com os outros. A medida que progredia
tecnicamente, intelectualmente, racionalmente e espiritualmente, o medo de
ataques era cada vez maior e a segurança tornava-se prioritária. Hoje o fundamento
ainda é o mesmo, embora a situação seja diferente, a urbanização, a
modernidade, o progresso atrai as pessoas as cidades e estas vivem nos limites
da sobrevivência e procuram melhores condições de vida.
O progresso material
(materialismo) não é suficiente para livrar (salvar) o homem desta luta, o
caminho para esta salvação está em se afastar da inteligência “racional”,
instintiva, material, humana e voltar-se (converter) para a inteligência
racional, espiritual, divina.
RECONCILIAÇÃO
Síntese:
O homem deve mudar sua vontade (converter-se) e procurar se aproximar de Deus.
Querer voltar a unidade de pensamento que havia no princípio.
Comentário:
Adão e Eva eram puros e eternos
pois tinham uma unidade de pensamento com Deus. Mas foram seduzidos pela sua
vontade que transformou seus pensamentos. Escolheram a outra forma de vida,
onde poderiam ser “donos de si mesmos” e assumiram a conseqüência de seu erro,
que é fugir de Deus. Sabendo o que tinha acontecido Deus os chama para
perdoá-los. Mas cheios de sabedoria humana fugiram de sua presença optando por
uma vida longe dele. Ao contrário, poderiam ter se arrependido, aceitado o seu
chamado e voltado a viver no paraíso. Mas não se arrependeram porque gostaram
do que provaram e fugiram para viver sua vida longe de Deus.
Mas Deus é presente e ainda nos
chama e nos atrai para Si, querendo reconciliar-se conosco, nos perdoar, nos
restaurar e nos levar para viver novamente no paraíso. Mas nós continuamos a
fugir. Devemos reconhecer nossa humanidade imperfeita, deixar de gosta do erro
e voltar para Deus, pedir que nos recupere para sermos como no princípio.
Deus nos chama a renunciar a
nossa natureza humana e viver sob a natureza divina, mas resistimos ao seu
chamado e fugimos. Ao fugir nos afastamos ainda mais Dele descendo para planos
existenciais inferiores lá onde a vida é instintiva, cheia de dor, sofrimento e
morte espiritual.
Quando sofremos nós nos lembramos
de Deus e pedimos sua ajuda. Ele nos atende devido a sua misericórdia. Passado
o sofrimento voltamos a ser donos de nós mesmos. Ingratos, fugimos correndo
atras de nossos sonhos, planos e desejos e não percebemos que estes são sonhos
e ilusões. E o ciclo de sofrimento, socorro e ingratidão se repete muitas
vezes. Algumas pessoas conseguem entender o que ocorre e rompem este ciclo. Nos
momentos difíceis chamam por Deus e deixam ele atuar em suas vida. Os nossos momentos
“difíceis” são momentos “bons” para Deus agir, pois estamos necessitados de
socorro. Mas nos nossos momentos “bons”, são momentos “difíceis” para Deus
agir, porque nos fechamos em nossa vontade e não deixamos que ele atue em nossa
vida.
A adesão a “vontade de Deus” deve
ser livre e por amor, ou seja, fazer a “vontade de Deus” sem se lamentar de
estar deixando de fazer a sua e sem fazê-la pensando numa recompensa futura.
Isto é o que significa quando Deus disse: Quero a misericórdia, não o sacrifício.
O
MAL
Síntese:
O mal é não obedecer a vontade de Deus, que são as leis para a natureza e
aquelas para os homens.
Comentário
1:
Deus é amor e o amor é
aproximação, igualdade e unidade. As diferenças e tudo que causa diferença é o
mal. O homem é o oposto, precisa se afirmar como indivíduo, para isto tem que
se diferenciar dos outros e da unidade. Faz sua própria vontade sem se
preocupar com as leis naturais e morais, tornando-se egoísta. O mal é uma
questão comportamental, natural do homem. Não é um poder agindo no universo em
oposição ao bem e sim pensamentos egoístas, derivado dos instintos. Por ser
derivado dos instintos é comum a todos os homens o que parece ser uma unidade
maligna, mas não é, são várias pessoas pensando e agindo com maldade sem ter consciência
disso. São comportamentos de esperteza, “jeitinho brasileiro”, malandragem,
“sabedoria” humana, etc, de forma que sem o homem não existiria o mal.
Comentário
2:
O mal é uma ação exagerada até a
ganância, estimulada pela sobrevivência que se caracteriza pelo egoísmo,
desrespeito e exploração do semelhante. Todos os dias do homem são favoráveis
ao mal, aguardemos com paciência a chegada dos dias favoráveis ao bem, quando o
amor (Cristo) nascer em nossos corações. Enquanto isto contemos com a proteção
de Deus para não sermos um malfeitor nem maltratado. Devemos amar nosso
próximo, aquele que está fisicamente perto de nós, pois ele não deve ser um
estranho perto de nós e porque temos a obrigação de tratá-lo como um irmão.
Temos que estudar para saber o que é o “bem” pois o natural do homem é ser mau.
DUALISMO:
OS
DOIS CAMINHOS: O BEM E O MAL
Síntese:
O dualismo é a visão da realidade. Mas não da verdade.
Comentário:
O homem pode analisar as coisas
que o cerca de três formas: no plano horizontal, no plano vertical de baixo
para cima e de cima para baixo. A mais comum é a primeira forma que usa a
técnica de comparação entre duas coisas aparentemente opostas, é o dualismo. No
plano horizontal está a realidade que é ilusão e muda a todo instante, enquanto
no alto do plano vertical encontramos a verdade imutável, portanto a realidade
não é a verdade.
Vamos estudar o bem e o mal. Os
antigos tinham o hábito de personalizar os comportamentos. Personalizar quer
dizer, tratar uma característica como se fosse uma pessoa, ou considerar uma
pessoa que só tenha aquela característica. Ao personalizar o mal, o homem o
compara a um ser oposto a Deus, que seria o “bem”. O que leva os pares “bem X
mal” a ser “Deus X demônio”. O par “bem X mal” é verdadeiro mas o par “demônio
X Deus” é falso, pois o mal (demônio) não é o oposto de Deus e sim uma característica
comportamental do homem, as demais criaturas e coisas da natureza não tem bem e
mal, tudo é bem. Se colocamos o demônio (mal) em oposição a Deus, estamos
exaltando-o e colocando-o em condições de igualdade a Deus, mas Deus não tem
igual, Ele é único. E tem mais, estamos sugerindo a existência de outro deus, o
deus do mal, implicando numa dualidade de deuses, o do bem e o do mal, o que é
um erro lamentável.
O homem é um ser realista e
percebe tudo de forma dual (corpo e espírito, amor e ódio, vida e morte, céu e
inferno, bem e mal, bonito e feio, etc) mas isto é fruto da realidade do mundo,
da nossa visão imperfeita do que é superior, da nossa incapacidade de entender
a verdade.
Os dois caminhos o do bem e do
mal, o da verdade e da realidade estão disponíveis para nós. O primeiro é
estreito, mas bastante confortável e serve de passagem para os que abandonam
sua vontade e fazem a vontade de Deus. O segundo é largo e serve de passagem
para os que caminham na sua própria vontade e ignoram a vontade de Deus. O
homem comum segue o caminho do mal que é seu caminho padrão, largo e
concorrido, mas quando ele quiser poderá desviar-se para o caminho estreito do
bem. Dizemos que se pode optar pelo bem ou pelo mal, mas só podemos optar pelo
bem pois maus nós já somos.
OS
INSTINTOS E O PECADO
Síntese:
Pecar é se iludir, se enganar, não fazendo a vontade de Deus.
Comentário
1: O pecado é uma forma de comportamento desequilibrada devido ao uso
ganancioso dos instintos, querendo estocar tudo que puder obter, valorizando as
coisas materiais muito mais do que valem. Por causa disso os fracos são
explorados, subjugados, injustiçados.
Todos querem ver seus familiares,
parentes e amigos, com saúde, boa situação financeira e terem “sucesso” na
vida. Mas para atender estas exigências há necessidade de moradia, saneamento,
saúde, segurança, transporte, emprego, alimentação, educação, lazer, cultura,
etc, para todos. Como não há para todos, prevalece o comportamento instintivo
(a lei do mais forte) e estas necessidades são atendidas desigualmente
(prevalecendo a injustiça). Para vencer em cada situação, as pessoas usam todo
tipo de maldade, tal como: desrespeito, esperteza, inveja, vaidade, autoridade,
egoísmo, preconceitos, poder, amizades, exploração, corrupção, violência. E a
conseqüência disto tudo é a morte espiritual, autodestruição ( vícios,
escravidão), desequilíbrio generalizado (marginalidade, violência) e destruição
do ambiente.
Análise dos instintos: suas
fontes (tentações) e suas conseqüências (pecados).
Tentação
/ desejo
|
Instinto
correspondente
|
Pecado
ou
injustiça conseqüente
|
preservação:
|
Hereditariedade,
corporativismo, paternalismo
|
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Ter /
possuir
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Sobrevivência
e integridade
|
violência,
inimizades, brigas, mortes, guerras, questões judiciais, superstição, idolatria
|
Alimentação,
|
gula,
preguiça, doenças
|
|
Ter /
possuir
|
Preservação
da espécie
|
fornicação,
superpopulação, miséria, fome
|
Querer
|
liberdade
e independência
|
libertinagem,
desrespeito, irresponsabilidade, prazer, luxúria, imaturidade, vícios
|
Domínio
das
coisas
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ganância,
possessão, avareza, inveja, roubo
|
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Poder
e domínio
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Domínio
das pessoas
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exploração,
submissão autoritarismo, soberba, escravidão, ira, ignorância
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Comentário 2 :
Toda injustiça é um pecado, ou
seja, injustiça e pecado é a mesma coisa. Os pecados podem ser classificação
como Impureza e Imperfeição. As impurezas ou pecados propriamente ditos, são
atos voluntários maléficos ao homem; podendo o agente estar conscientes ou não
disso. As imperfeições são atos fisiológicos e funcionais do homem, que mesmo
não “pecando”, o torna imperfeito. A impureza nos afasta de Deus, nos faz
esquecer que ele existe e nos faz “cair” qualitativamente como homem; nos torna
cada vez pior e nos leva de volta a caverna e a vida animal. As imperfeições
não nos deixa nos aproximarmos de Deus, impedindo que descubramos e gozamos
suas maravilhas aqui na terra e que nos aperfeiçoemos, nos tornando melhores do
que somos.
O homem religioso, sendo
materialista, dá mais importância a impureza que a imperfeição, procura se
purificar do pecado e esquece de se aperfeiçoar. A purificação consiste em se
limpar dos pecados enquanto a perfeição consiste em eliminar a causa do pecado.
Ao se aperfeiçoar nos purificamos enquanto que se só nos purificarmos,
voltaremos a pecar porque a causa do pecado ainda existe.
Na antigüidade os governantes
eram representantes de Deus na terra e buscavam a natureza divina, hoje nações
são governadas por homens de pensamento “humano”, tratando a economia do país
apenas como produção e consumo, trazendo conseqüências social e ecológica
desastrosas.
Conseqüências do uso do
pensamento “humano” na organização social e política de um povo:
*
Institucionalização das Leis naturais
(instintivas).
*
Falta de políticas voltadas para a anulação
das leis naturais, como proteção aos mais fracos, habitação, educação, alimentação,
saúde, transferência de conhecimento, combate a escravidão, etc.
*
Procura (pelo homem) de um Ser superior
(espirito, mito ou humano) para protegê-lo dos homens e das leis naturais.
A
ILUSÃO, O SONHO E A ESPERANÇA
Síntese:
O homem animal é emocional mas deve procurar se transformar no homem racional.
Comentário:
Os homens por serem emocionais se
apegam as coisas materiais com sentimentalismo, paixão, sonho e ilusão e estas
são as formas natural de expressão do homem. A mídia e o comércio sobrevivem da
emoção do homem, então eles fomentam estas forma primitiva de expressão.
Incutem necessidades desnecessárias nas pessoas e elas se orgulham de dizer que
“meu sonho é ”, “meu novo objeto de consumo é ...”, “não sei viver sem isto “,
etc , levando-as a viver uma vida artificial, fundada na mentira e ilusão,
gerando a insatisfação e a infelicidade.
Temos que entender que a nossa vida
não depende de nós, nem dos sonhos, nem das nossas vontades e sim da vontade daquele
que nos criou. Deus é poderoso e grandioso para nos sustentar. Temos que
aprender a aprimorar nossos sentimentos, deixar de ser o animal homem guiado
pelos instintos, para sermos o homem “verdadeiro” guiado por Deus e nele
depositarmos toda a nossa esperança da vida “verdadeira”. Buscar as virtudes, a
paz, a saúde, boas amizades e participar do Reino de Deus (onde Deus reina)
aqui na Terra.
LEIS: NATURAL, MORAL, DE MOISÉS E DE DEUS
Síntese:
Existe em nós uma lei natural ditada pelos instintos e uma lei moral que nos
faz caminhar nos limites da lei natural.
Comentário:
A lei natural é oriunda dos
instintos, tal como a lei do mais forte, da adaptação e sobrevivência das
espécies. Por estas leis, animais e vegetais se equilibram naturalmente. Os
homens por serem racionais, extrapolam os limites destas leis e desequilibram a
sociedade e o meio ambiente. Passam a ser autoritários e egoístas, querem dominar
os outros, vencer a qualquer preço, oprimem os mais fracos e abusam dos dons de
Deus. Os mais fracos se voltam a Deus a procura de proteção, liberdade e
salvação. E a fé é o elo que liga o homem a Deus na esperança de sobrevivência
(salvação) individual e em grupo.
A Lei Moral é de origem racional
divina, exclusiva do homem, que o faz distinguir o que é certo e o que é
errado, colocando limites a nossa vontade e ao nosso instinto.
A Lei de Moisés é um resumo da
lei moral que serviu de guia para o povo Judeu, na esperança de sobrevivência
(salvação) do seu povo. E até hoje serve ao mesmo objetivo, sendo aplicada
tanto em ambiente religioso, quanto nas leis sociais.
A Lei de Deus é a lei de
aprimoramento para o homem chegar a “santidade”. É um aperfeiçoamento da Lei de
Moisés.
A fé é confiar em algo que não se
vê; como andar no escuro. A religião se baseia na fé de que Deus pode nos
salvar dos problemas que nos oprime no dia a dia.
Para isto deve haver uma mudança
(conversão) no modo de pensar e de se comportar; devemos abandonar as leis
naturais do homem e seguir as leis de Deus. A forma de manter a fé viva é a
oração, a qual nos liga a Deus. A oração nos faz ver e entender as coisas que
estão ocultas, a ponto de transformar o “andar no escuro” em ”andar na luz” da
fé.
A vida do homem transcorre
oscilante, entre a lei moral e a Lei (Vontade) de Deus. Como oscila, a vida do
homem tem quedas e recuperações, se a queda for acentuada e abaixo do limite
inferior, que é a lei moral, o homem está cometendo um vício (em pecado). Os
vícios quando são tolerados pela sociedade, podem influir na lei moral, a ponto
de se considerar o vício como “não vício” e com isto, rebaixar o limite
inferior, com conseqüente degradação moral da sociedade. Ao contrário, se a
recuperação for tal que o indivíduo ultrapassa o limite superior, que é a lei
de Cristo, ele está entrando no campo das virtudes ou santidade. Se vários
indivíduos da sociedade, ultrapassarem este limite e iniciar-se no campo das
virtudes, a sociedade terá uma melhora qualitativa, proporcional a quantidade
de virtuosos. Fazendo um gráfico para melhor explicar este tema.
DEMÔNIO,
DIABO, SATANÁS, LÚCIFER, TENTAÇÃO
Síntese:
Demônio e satanás são adjetivos que significam: enganador, mentiroso, mágico,
gênio, milagreiro, etc
Comentário:
A palavra DEMÔNIO significava
gênio (como o da lâmpada do Aladim). O gênio atendia a qualquer pedido que lhe
fosse feito, pois conhecia a arte da mágica. A palavra DIABO vem do grego e
SATANÁS vem do hebreu e significam a mesma coisa, mentiroso, acusador,
enganador, opositor, caluniador. O engano, a mentira, a ilusão, etc foram
personalizadas ao longo do tempo, mas não são personalidades. Apesar de
apresentado como pessoa, demônio e diabo são apenas defeitos (adjetivos) e não
pessoas (substantivo). Os nossos erros, as vontades e maldade, é que nos induz
a nos afastar de Deus.
Durante a vida de Jesus ele fazia
milagres, curas e expulsava demônios ( no plural). Não existe um ser chamado
“demônio” em contraposição a Jesus ou a Deus, mas vários demônios, pois a
palavra demônio significa, engano, ilusão, paixão, mágica, sonho, erro. E as
pessoas gostam da ilusão e dos sonhos. Por isso é que há muitas formas de se
enganar, se iludir, e errar, mas só há uma forma de acertar. O acerto está em
seguir a Deus e o erro está em seguir seus próprios pensamentos (o erro, “os
demônios”)
LÚCIFER significa “estrela da
manhã”, “brilhante”, “portador da luz”. Há um mito do anjo desobediente que foi
deposto de suas funções e passou a ser o demônio, a representar o erro (mas
esta mitologia não consta na Bíblia, nem no VT, nem no NT, algo parecido
encontramos em Ap12,7-9). No VT era o apelido dado ao rei da Babilônia, por causa de seu poder contra os hebreus.
Representa os homens que são desobedientes. O titulo “estrela da manhã ” também
é dado a Jesus em Ap2,28 e Ap22,16.
TENTADOR é a vontade do homem. É
aquilo que faz o homem se iludir, se enganar, errar. Jesus foi tentado mas não
se deixou enganar pela sua própria vontade, vencendo-a e eliminando-a de sua
vida e no lugar da sus vontade passou a existir a “vontade de Deus” seu
Espírito Santo.
INFERNO
Síntese:
1-
O inferno não existe porque Deus não o criou.
2-
O fogo eterno que queima mas não consome é o desejo do homem.
Comentário:
Nos seis dias que Deus criou tudo
o que existe Ele não criou nada parecido com o inferno, donde se conclui que o
inferno não existe por não ter sido criado. A Bíblia faz menção ao inferno para
mostrar um ambiente de sofrimento sem fim; se escolhermos um modo de vida “do
mundo”, nossa vida se tornará este ambiente. Por isto se diz: “Minha vida é um
inferno! Estou vivendo num inferno!”, exatamente assim.
Quando Adão e Eva escolheram ser
expulsos do paraíso, partiram para o “mundo” para trabalhar e se sustentar.
O fogo é o símbolo do inferno, mas
também do Espírito de Deus. Pode-se explicar que o fogo do “inferno” é uma
referencia ao fogo do desejo (vontade) do homem, que quando está perto do
objeto desejado, arde mas não satisfaz e quando está longe, deseja-o
ardentemente, num ciclo de desejo e insatisfação, num sofrimento “infernal” de
falta de paz e sossego. É um fogo que não clareia mas encobre e traz dúvidas.
Enquanto o fogo do Espírito Santo é um fogo que consola e satisfaz, traz luz,
clareza, compreensão, visão, alegria e paz.
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