quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Cristo


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  CRISTO

Síntese: Jesus, o homem prometido (Cristo) por Deus, para ser nosso mestre, veio ao mundo para nos mostrar sua (de Deus) vontade, servindo para nós, de modelo de santidade e caminho de perfeição.
Ao mesmo tempo revelou o caráter maldoso do homem e sua (do homem) ingratidão com Deus.
Comentário:
O nome Cristo ou Messias, quer dizer “o mestre prometido de Deus” para nos ensinar na prática, como viver a vontade de Deus, com precisão (Justiça), sem se desviar. A pessoa enviada por Deus para esta missão foi Jesus, apelidado “Cristo”, que foi o homem mais importante de todos os tempos, mais importante que os profetas e depois de cumprida sua missão, o primeiro abaixo de Deus, o primogênito da humanidade. Iniciou sua missão aos 30 anos, quando foi batizado (recebeu) com o Espírito Santo de Deus, que lhe revelou a “vontade de Deus”. Foi imediatamente testado, indo ao deserto, onde teve três ofertas tentadoras do enganador, Pai do engano e da ilusão. Que foram:
1-    De ter o que quisesse
2-    De ser melhor que os outros
3-    De ter o poder como um “rei”.
Estas ofertas tentadoras também são feitas a todas as pessoas, as quais se entregam pelo menos a uma delas, não atendendo a vontade de Deus. Mas Jesus resistiu e não as aceitou, não se entregou a ilusão, rejeitou o mal escolhendo o bem, que é seguir a vontade de Deus. Renunciou aos pensamentos (e vida) de natureza humana em favor da divina. Este é o grande exemplo de Jesus. De certa forma todos nós somos enviados (cristo) por Deus para ser Justo, mas não aceitamos, preferimos as tentações da ilusão (satanás). Durante sua passagem pela Terra, Jesus seguiu a vontade de Deus. Provou que é possível ser justo e se tornou o Caminho que devemos seguir para atender a vontade de Deus.
As igrejas elevaram Jesus a categoria de deus, o que é uma idolatria, pois Deus é um espírito, infinito e eterno. O evangelista João que foi apóstolo de Jesus, afirma que “ninguém jamais viu a Deus”, se Jesus fosse Deus, certamente João o teria visto e convivido com ele. Por ser homem, Jesus pôde abrir um caminho novo para nós e Deus pôde elevá-lo ao cargo de Senhor (primogênito e rei), libertador e salvador dos homens. Portanto há um só Deus, o Pai e um só Senhor, Jesus, o enviado.
            Jesus ensina o caminho que leva a Deus. Se tornou o próprio Caminho a seguir, como exemplo e modelo. Disse que o caminho é estreito, por isto nos comunica um Espírito que é Santo, para nos mostrar este caminho, que não nos deixa desviar dele, nem nos confundir com os desvios, mais largos e mais atraentes em aparências. O Caminho é estreito, mas cheio de delícias e paz.

HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ
Síntese: O tempo prova que o homem não resiste as tentações, mesmo pertencendo a um ambiente religioso.
Comentário:
Quando os primeiros apóstolos morreram, deixaram os evangelhos (escritos e explicado) aos sucessores judeus e pagãos (gregos e romanos). Os sucessores  incorporaram aos ensinamentos da Igreja primitiva, crenças e cultos do paganismo e do judaísmo infiel. Cada cidade ou região tinha seu bispo e cada um ensinava conforme sua crença, surgindo assim diferenças entre os ensinamentos das igrejas regionais. Percebendo isso os bispos se reuniam para discutir e padronizar o conhecimento, diminuindo as diferenças. Lá pelos anos 150 após vários concílios, os diferentes ensinamentos se polarizaram em dois conceitos de Deus, opostos e rivais, cheio de paixões dos dois lados. Com a adoção do cristianismo como religião oficial do Império Romano (ano 320), a igreja fez o seu primeiro concílio ecumênico universal, reunindo todos os líderes e autoridades do cristianismo. O grupo vencedor neste e nos próximos concílios, manteve ensinamentos e rituais não evangélicos na igreja, alegando que estes já eram costumes e tradição da igreja.
O principal ponto de desentendimento inicialmente era a forma de Deus, trinitária ou monoteísta? Mais tarde foi a natureza de Jesus, homem ou Deus?

SISÕES NA IGREJA
Síntese: A tradição foi condenada por Jesus desde o princípio, mas é muito bem aceita por parte da igreja.
Comentário:
            Alguns desentendimento significativos:
            Em, 320, desaparece a denominação “cristãos” e surge o catolicismo que se tornou a religião oficial do Império Romano, uma religião universal (católica) para atender aos cristãos e aos pagãos que passaram a ser católicos.
Em 1054, a Igreja dividiu-se em duas a Romana (ocidental) e a Ortodoxa (oriental), pois os orientais afirmavam que os ocidentais, pareciam subordinar o Espírito Santo a Jesus e elevava Jesus a uma posição comparável a do Pai, o que tornava o Espírito Santo inferior a ambos.
Em 622, surgiu o profeta Maomé, na região da Arábia, fundador do Islamismo, criticando a tradição religiosa da época e reavivando os valores da Lei Mosaica (velho testamento). Nos anos 1100 é que muitos cristãos do oriente e norte da África, se converteram ao Islamismo. Isto provocou as guerras santas, denominadas “cruzadas”, quando os católicos romanos defendiam os locais “santos”, cobiçados pelos católicos orientais e islamitas.
Em 1500, houve a Reforma Protestante na Igreja Romana. Esta criticava a tradição católica por se afastar da Bíblia e reaviva os valores dos evangelhos, daí surgiram as Igrejas evangélicas e pentecostais de hoje. Os principais reformistas foram Calvino e Lutero os quais pregavam a fidelidade a Bíblia. Os principais ensinamentos protestados foram:
1- Salvação pela fé e não pelas obras ou sacramentos
2- Fundamento único na Bíblia e não na Tradição
3- Estrutura e comportamento eclesial da época
            Mesmo muito tempo depois das sisões, a igreja romana mantém-se fiel a tradição, não aceitando rever sua posição “tradicionalista”, alegando que só ela pode interpretar corretamente a Bíblia, pois ela é a depositária da fé, mesmo sendo a tradição muito criticada por Jesus em sua época.
Eis alguns temas oriundos da tradição e não da Bíblia: natureza de Jesus, Trindade, imortalidade da alma, céu, inferno e purgatório, sacramentos, santos e depósito da fé.

HISTÓRIA DA CRISTOLOGIA
Síntese: A história mostra nossos acertos e erros e através deles Deus nos ensina e podemos entender a vontade de Deus.
Comentário:
É Jesus homem ou Deus? É Deus o Cristo? Nos tempos de Jesus, outros homens se diziam ser Cristo (enviado, Messias), como Teudas (Dosíteo) (AT 5,36), Judas (AT5,37), Simão (AT 8,9) discípulo de Teudas. Nos séculos I e II, foram escritos vários evangelhos e cartas, a respeito dos ensinamentos de Jesus. Alguns tinham conceitos teológicos “puros “, outros eram influenciados pela tradição judaica ou filosofia ou mitologia grega ou pagã. No século III, já se tinha uma seleção de livros que mais tarde vieram a compor a Bíblia. Nesta época, a reprodução e divulgação dos livros era difícil, pois não existia papel, nem imprensa e toda cópia era manuscrita. O mais comum era o ensinamento verbal ou tradição, o que facilitava o sincretismo religioso e a introdução de conceitos não cristãos. Não haviam escolas para formação de pregadores e as vezes, quem pregava eram pessoas da comunidade que se sobressaiam na arte da oratória. Não se considerava muito a fidelidade do ensinamento oral ou escrito, por falta dos manuscritos autênticos e os que existiam estavam misturados aos “apócrifos” e por falta de pessoas capacitadas para orientar.
No séc I, se ensinava o Deus monoteísta do Judaísmo. Mas alguns pregadores cristãos temendo ser considerados uma dissidência do Judaísmo, ensinavam que Jesus era Deus (Filho), juntamente com Javé, Deus (Pai).
Já no séc II, surge dois pólos antagônicos, vários bispos defendiam que Javé é Deus único e que Jesus era um homem, filho de Deus. Eram os Ebionistas (Cerinto e Carpócrates), mais tarde os Monarquistas, depois os Modalistas.
O Modalismo era defendido por Noeto, mas combatido por Tertuliano e Hipólito. Mais tarde, defendido por Sabélio combatido por Dionísio de Alexandria, discípulo de Orígenes e Paulo de Samosata. Depois Dionísio de Alexandria foi combatido por Luciano, Apolinário de Laodicéia.
No séc IV, o Modalismo ressurgiu com Ario (Arianos), combatido por Dionísio e Alexandre de Alexandria e Atanásio (que criou o primeiro credo católico declarando Jesus Deus), seguido por Eusébio de Nicomédia, mais tarde foi combatido por Aécio, Basílio de Nicomédia e Acácio. Acácio criou o Homeísmo, que se tornou o credo oficial do Império Romano. Participaram para que esta evolução ocorresse, os bispos: Melécio de Antioquia, Basílio de Cesaréia, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa.
Aí ressurgiu a questão “Se Jesus é Deus, então haviam dois deuses, Javé e Jesus?” Para responder esta questão, começou a se esboçar o conceito de trindade, baseadas em vagas idéias de Irineu, depois Tertuliano. Tomou sua primeira forma com Orígenes e foi concluída por Atanásio, no séc IV.
A questão da humanidade e divindade de Jesus era um caso político, desde o princípio. Os monoteístas eram de Antioquia (Oriente) e os trinitários de Alexandria (Ocidente). O ponto fraco de cada grupo era:   1- os monoteístas corriam o risco do cristianismo se tornar uma seita do Judaísmo, o que certamente ocorreria.   2- os trinitários corriam o risco da trindade ser confundida com um triteísmo. Discutia-se muito e cada lado se fortalecia em seus conceitos, visando “ganhar” a peleja, que chegou a ser disputada no campo pessoal. No século IV, as duas escolas se confrontaram oficialmente, por ordem do Imperador Constantino, no Concílios de Nicéia (ano 325) e mais tarde em Constantinopla (ano 381 e 553).
Cronologia e evolução da definição da trindade e da natureza de Jesus.
Justino (ano 138)- O Logos (Verbo) estava em grandes homens como Sócrates, Heráclito, etc, mas em Cristo esteve em plenitude. Deus único proferiu para fora de si o Logos e lhe deu uma substância própria em vista da criação. O Logos tem uma subsistência distinta da do Pai, que foi adquirida por ato livre de Deus.
Ebionismo (ano 200)- Cristo, homem eleito de Deus de maneira eminente.
Monarquismo (ano 200)- Ficou restrito a Ásia Menor e dizia que o Filho e o Espírito Santo são poderes de Deus, que é único, monoteísta, como no judaísmo. Deus é um monarca, um rei. Negava que o filho tenha uma subsistência própria e afirmava que Jesus era um homem. No ano 257, só se falava em Deus Pai, nem se mencionava mais o Filho.
Irineu (ano 200) – O mesmo Deus que modelou Adão pelo seu verbo e Espírito, retorna para reaver este homem que lhe pertence na plenitude do tempo a fim de levá-lo ao cumprimento de seu destino (Jesus = Deus).
Orígenes (ano 230)- O mundo superior comporta o Pai (Deus). Depois o Pai gera o filho, a sua imagem, eternamente. Por fim o Pai gera as criaturas espirituais, participantes do Logos, que caem e são associados a corpos, variando desde os anjos mais elevados, os homens e os demônios mais ínfimos. O verbo de Deus leva-os a se voltarem para Deus, serem restaurados, tornando-se de novo, puros.
Dionísio de Alexandria (ano 257), seguidor de Orígenes, dizia que o Logos foi gerado pelo Pai livremente mas é inferior ao Pai. Mais tarde acrescentou, que Cristo é consubstancial (homoousios) com o Pai. São duas hipostases não separadas, como uma fonte e o rio, a arvore e a raiz. O Verbo sempre existiu.
Luciano (ano 260) – Cristo era realmente Deus, comparando a união das naturezas divina e humana, como o corpo e a alma. O Verbo ocuparia em Cristo o lugar da alma, se unindo ao corpo e não a alma humana de Jesus.
Nicéia (ano 325) –Credo de Atanásio - Jesus é o Filho unigênito de Deus, gerado do Pai antes da fundação do mundo. O Filho é Deus de Deus, luz da luz, verdadeiro Deus, saído do verdadeiro Deus, gerado e  não criado, consubstancial (homoousios) com o Pai. Um só Deus na Trindade e a Trindade na Unidade. O Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus, porém não são três deuses, mas um só Deus.
Constantinopla (ano 381) – a palavra “gerado” foi trocada por “procede” e deu-se ênfase ao Espírito Santo, como procedente do Pai e do Filho.  “O Pai é ingênito, o Filho é gerado e o Espírito Santo procede deles.“  “O Espírito Santo é Senhor e doador da vida, procedente do Pai e do Filho; o qual com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado; o qual falou pelos profetas.”
Diodoro de Tarso (ano 388) – Total humanidade assumida pelo verbo na encarnação, o que leva a distinguir em Jesus, aquele que é filho de Deus, daquele que é filho de Maria e através dela de Davi. Mas não existem dois filhos.
            Cirilo de Alexandria (ano 430) – O sujeito da Encarnação é a Segunda pessoa da Trindade.
            Calcedônia (ano 451) – Um só e mesmo Cristo Filho, Senhor, monógeno, sem confusão, sem mutação, sem divisão, sem separação, não sendo de forma alguma suprimida a diferença de naturezas, pela união, mas antes sendo salvas as propriedades de cada uma e reunidas numa só pessoa e numa só hipóstase.
Toledo (ano 525) – O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade, é Deus, uno e igual ao Pai e ao Filho, da mesma substância e natureza ... contudo não se diz que Ele é somente o Espírito do Pai, mas ao mesmo tempo o Espírito do Pai e do Filho.
Constantinopla (ano 553) -  “Um só Deus em três pessoas.”
Toledo (ano 589) – O Espírito Santo do Pai e o Espírito Santo do Filho, fez surgir o Espírito Santo do Pai e o Espírito Santo do Filho (chamado de filioque).
Toledo (ano 638) – “O Pai é a fonte e a origem de toda a divindade.”
Toledo (ano 675) – “O Pai é aquilo que é o Filho. O Filho é aquilo que é o Pai. ...Ou seja um só Deus quanto a natureza. Aquele que é o Pai não é o Filho. Aquele que é o Filho não é o Pai. ...”
Florença (ano 1442) – “Por causa desta unidade. O Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo. O Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo. ...”

CORRENTES TEOLÓGICAS DO SÉCULO 1 AO 5 :
Síntese: Não podemos considerar a tradição como a vontade de Deus na história, pois seus fundamentos estão nos hábitos e costumes humanos.
Comentário:
Gnosticismo (ano 70) – Colocam duas posições opostas, o invisível contra o pléroma dos eons e não considera a unidade de Deus. Ensina a oposição entre o bem e o mal. Os anjos criavam tudo e governavam a criação. Deus mantém a criação, mas era ausente dos homens. Jesus era um anjo e não um homem (Jesus era um mito).Como os anjos governavam mal a criação, Deus vem para libertar o homem dos anjos. Diziam que o Espírito do homem é bom e a matéria é má e que a salvação vem pelos conhecimentos superiores.
O gnoticismo foi combatido por Justino (ano 138) apologista, que dizia que Deus inspirou homens especiais entre os pagãos que deram continuidade a filosofia grega. Compara a filosofia com o cristianismo e diz que a “razão” na filosofia, equivale ao “verbo de Deus”, que os inspirou. Afirmava que os hebreus era um povo “eleito”, instruído e governado por Deus. Que cada raça desenvolveu sua filosofia, a partir do Verbo de Deus, de acordo com sua situação social, econômica e cultural. Mas em Jesus o Logos esteve em plenitude.
Mais tarde Ireneu (ano 200) e Clemente de Alexandria (ano 215), que classificaram a gnose como filosófica (conhecimento científico vindo da pesquisa) e apocalíptica (conhecimento dos segredos revelados no apocalipse).
Bardesanes (ano 154) – Gnóstico, nascido em Osroena (Curdistão), dizia que Deus criou tudo, colocando cada coisa em seu lugar mas elas se misturaram produzindo confusão. O mundo atual foi criado de luz e trevas e que após 6 000 anos seus elemento serão restaurados em sua pureza primitiva. Nosso corpo pertence ao segundo mundo e está sujeito aos astros que nos traz o mal físico.
Docetismo (aparência) – Filosofia gnóstica, que negava a humanidade de Jesus, dizendo que Ele parecia ser homem e que sua morte foi aparente pois como ser divino não podia morrer nem sentir dores.
Milenarismo – Vive a religião do fim dos tempos ensinando a volta eminente de Jesus ( messianismo, apocalípticos)
            Elcasaísmo - seguiam Jesus mas com praticas judaicas.
            Encratismo – Exalta a virgindade e condena o casamento. Revivido por Taciano, ano 165.
            Ebionismo (pobres) – Acreditavam em Deus uno e que Jesus era um profeta, filho de Maria e José, que recebeu o Cristo por ação do Espírito Santo, no batismo e que o Cristo saiu dele antes da sua morte. Revivido por Cerinto e Carpócrates, ano 198 e combatido por Teodoto
            Nicolaítas – pregavam a liberdade total, não seguiam nenhuma doutrina.
            Montanismo (ano 156) – Surgiu na Ásia Menor, com Montana e exaltava o poder do Espírito Santo, o profetismo, visões e revelações, o fim do mundo, a virgindade (pois o homem não deve Ter continuidade na Terra mas ser puro para a cidade celeste). Contra o serviço militar, pois só se deve lutar por causas divinas. Adeptos: Orígenes, Tertuliano, Hipólito, Proclo. Combatido por: Apolinário, Praxeas, Serapião de Antioquia, Eleutério e Caio. As conseqüências do profetismo, incitava as guerras e provocações apocalípticas.
            Monarquismo – Surgiu na Ásia Menor. Dizia que Deus é um monarca, uno, sem trindade. O Filho e o Espírito Santo são apenas poderes de Deus. Jesus não tem a mesma natureza que o Pai e foi inspirado por Deus no batismo. Havia dois tipos de Monarquismo o Dinâmico ou Ebionita e o Modalístico ou Modalismo.
Modalismo – Derivado do monarquismo, criado por Noeto (ano 200) e seguido por Epígono, Zeferino e Calisto. Seu principais opositores foram Tertuliano e Hipólito (ano 217). Dizia que Deus é uma pessoa de natureza divina, que se manifesta alternadamente, como Pai, Filho e Espírito Santo. Devido a unicidade da substancia divina, negava que o Filho tivesse uma subsistência própria. O principal Modalístico foi Sabélio (ano257) e seu opositor foi Dionísio de Alexandria.
            Cerinto- A criação era obra dos anjos e Deus a governava. Jesus nasceu de Maria e José e Cristo desceu sobre ele no batismo.
            Simão ( o mago de Samaria) – considerado Deus dos Samaritanos na época dos apóstolos.
            Menandro – era um gnóstico mágico que se dizia Salvador e que quem o seguisse não morreria.
            Satornil – discípulo de Menandro e pregava a existência de dois tipos de homem, os que tinham parte na luz e os que não tinham.
            Orígenes (ano 230) – Foi o primeiro a esboçar a doutrina da Trindade, baseado nas teorias de Irineu e Tertuliano. Colocava Deus num plano superior, que gerava o Filho eternamente a sua imagem, num plano abaixo e os Espíritos bons e maus, o homem e os demônios, nos planos mais abaixo. O verbo de Deus, leva-os a voltarem para Deus e serem restaurados e purificados. O Pai, o Filho e os Espíritos eram pessoas diferentes. Em 553 Orígenes foi considerado herege, postumamente.
            Anos 230 a 250- Período de expansão do cristianismo no ocidente. Principais características regionais: 1) Sírio – asceta, pregando a virgindade e o celibato. 2) Alexandrino – teológico e filosófico  3) Latino – preocupado com a organização da igreja.
            Dionísio de Alexandria – Combateu o monarquismo, que ressurgiu em 257 com Sabélio. Dizia que o Pai gerava o Filho e que este era consubstancial (homoousios) com o Pai. Para reforçar afirmava que Pai e Filho, eram duas hipóstases não separadas, como a fonte e o rio, a árvore e a raiz. Os monarquistas rebatiam, pois Dionísio separava o Pai do Filho, distanciando-os. O Filho foi gerado, assim houve um tempo que ele não existia, logo não é eterno. É estranho ao pai como a vinha e o vinhateiro.
            Luciano e Malquio – Combateram o monarquismo de Paulo de Salmósata (ano 260)
            Maniqueísmo - Criado por Manes (ano 277). Misturava cristianismo com Masdeísmo, budismo e bramanismo. Espalhou-se pela China e África do Norte como ensinamento cristão.
            Donatismo – Criado por Melécio (ano 306 a 429), foi um cisma sem motivos teológicos. Os donatistas queriam uma igreja de “santos”, que ignorasse a realidade e principalmente a perseguição do Império Romano. Eram intolerantes, sectários e fanáticos, certos de Ter razão contra tudo e contra todos.
            Ário (ano 319) – Era subordinado ao bispo Alexandre de Alexandria, mas não aceitava a posição da igreja quanto a Trindade. Voltava a defender o monarquismo, como Sabélio (ano 257), dizendo que o Deus Pai é único, não gerado, não tornado. Só ele é eterno, princípio e verdadeiro Deus. Cria o Filho (não eterno) que não existia e o gera a todo instante. O Filho de essência semelhante (homoiousios) e não igual, ao Pai. Combatido pelo seu bispo, foi excomungado e refugiou-se na Palestina, onde teve apoio de Eusébio de Cesárea e Eusébio de Nicomédia.
            Concílio de Nicéia  (ano 325) – Confronto dos monarquistas (Ário em Antioquia) e trinitários (Alexandre de Alexandria e Atanásio). Os trinitários vencem e definem que o Pai é eterno e criador de tudo. O Filho é eterno, verdadeiro Deus, gerado e não criado, na mesma essência ao Pai (consubstancial = homoousios). Cristo era humano e divino. Mas no ano 328, o Imperador Romano Constantino, elegeu a teologia de Ário para a igreja, que nesta época já era a religião oficial do Império.
            Escola de Alexandria – defendia a divindade de Cristo, afirmando que Jesus homem e Deus.
            Escola de Antioquia – defendia a humanidade de Cristo, afirmando que Jesus era homem.
            Neo Arianismo (ano 350) – surge o neo arianismo em três correntes.
1)      Aécio – Dizia que o Filho não é gerado do Pai e é de essência diferente do Pai (anamoios).
2)       Basílio de Ancira – Dizia que o Filho é de essência semelhante ao Pai (homoiousios).
3)      Acácio – Dizia que o filho é de essência semelhante ao Pai (homoios) (homeísmo).
Homeísmo - Concílio de Constantinopla (ano 360), adota a doutrina de Acácio (Homeísmo) como oficial da igreja, mas combatido por Apolinário de Laodicéia, que afirmava que Cristo era realmente Deus, comparando a união da natureza humana e divina, como a união do corpo e alma, sendo que em Cristo, o Verbo ocupou o lugar da alma e se uniu ao corpo.
            Apolinário de Laodicéia (ano 360)– Combateu Ário e afirmava que o Filho é consubstancial ao pai e tem humanidade incompleta pois seu espírito era o Espírito Santo de Deus.
            Diodoro de Tarso – Dizia que o Filho tem duas naturezas, humana e divina mas não existem dois filhos.
            Ano 373 – Os homeus, Melécio de Antioquia, Basílio de Cesárea, Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa, se convertem em homoousios, conforme o credo de Nicéia. O filho é perfeitamente semelhante ao Pai em todas as coisas. É a era dos “pais da igreja”. Em 379 todos os bispos orientais aceitaram o credo Niceno.
            Pelágio (ano 420) – Negava o pecado original pois as pessoas podiam escolher entre o bem e o mal (Gnose ), transformando a salvação em uma opção pessoal. As graças de Deus eram de acordo com o mérito de cada um.
            Semi- Pelagianismo – Dizia que o homem tem que dar o primeiro passo para Deus e depois Deus o ajudaria a se arrepender e a salvar-se (pelas graças).
            Nestório (ano 428) – era discípulo de Diodoro, mas tornou-se herege. Dizia que Jesus tinha o Espírito de Deus, era duas pessoas e duas naturezas. O Verbo não sofreu na paixão de Cristo. Maria não era a mãe de Deus. Não chamava o menino Jesus de Deus. Foi combatido por Cirilo de Alexandria. A teologia de Nestório é seguida hoje pelos cristãos do Curdistão (Irã, Iraque e Turquia) e a teologia de Cirilo, que é a romana, é seguida pelos cristãos Melquitas da Síria.
Cirilo de Alexandria – Dizia que o Filho é o verbo de Deus que desceu a condição humana, mas tinha natureza divina em comunhão hipostática com o Pai. Dizia que Maria é a mãe de Deus. A União Hipostática é válida até hoje, e afirma que Jesus tem as naturezas humana e divina unidas em uma só natureza.
            Concílio de Éfeso (ano 431) – adotou a doutrina de Cirilo, criando discordância entre os bispos.
            Concílio de Calcedônia (ano 451) – redefiniu a natureza do Filho, juntando todas as doutrinas.
Monofisistas ou Eutíquianismo (ano 454) – No ano 447 Teodoreto, revive a teologia de Nestório e é combatido por Eutiques, que por sua vez, criou o monofisitismo. Dizia que Jesus tinha um corpo diferente do nosso, para conter uma natureza humana divina e mais tarde a natureza humana de Jesus foi absorvida pela divina. É a base do credo atual, dos cristão do Egito, Síria, Arábia e Etiópia, organizado por Severo de Antioquia (ano 510 a 540).
João Filipão (ano 560) – Cria as heresias do triteísmo e da tetraditas (trindade de quatro pessoas)


TEOLOGIAS E CRISTOLOGIAS ATUAIS:
1- CATÓLICOS
Ensinamentos oficiais da igreja católica.
- Pai – Deus criador, ancião, mora no céu, ausente e fora do alcance do homem, mas que estará presente no dia do juízo.
- Filho e Senhor– Jesus, Deus salvador, presente na igreja e na eucaristia (independente do Pai e do E. Santo)
- Senhora- Nossa Senhora, Mãe de Deus, Mãe da igreja, assunta ao céu, está ao lado do filho que é Senhor e Deus, intercedendo pelos homens, conseguindo aprovar todos os pedidos que lhes são feitos.
- Sacramentos – rituais estabelecidos por Jesus e aqueles que os cumprem em vida serão salvos e “irão para o céu”, após a morte.

2- EVANGÉLICOS
Ensinamentos das igrejas evangélicas.
Pai – Deus criador, ancião, mora no céu, ausente e fora do alcance do homem, mas que estará presente no dia do juízo.
Filho e Senhor– Jesus, Deus salvador, presente na igreja e em nós (independente do Pai e do E. Santo)

3- EXISTENCIALISMO E SECULARISMO
No existencialismo, o homem é o arquiteto de sua vida, o construtor do seu próprio destino. Já o secularismo nega a influencia das forças espirituais e a interferência divina, nas atividades humanas

4- CRISTÃOS  JAVISTAS
Crêem que Javé é Deus e que Jesus é o filho (e não Deus) e Senhor dos homens.



COMENTÁRIOS SOBRE AS HERESIAS
Síntese: Ao longo da história muitas heresias se tornaram verdades e a Verdade tornou-se velada para muitos.
Comentários
Durante os primeiros séculos a Igreja Cristã, quis se defender do Judaísmo e do politeísmo. Na época, havia a perseguição e grande dificuldade na divulgação dos evangelhos. A divulgação só podia ser oral, sem registros, favorecendo a diversidade de interpretações. Mais tarde tornou-se Igreja Católica e passou a ser a religião oficial do Império Romano, sofrendo grande influência dos judaísmo infiel e dos pagãos.

1-Os monarquistas diziam que Deus era um monarca, soberano e que o Filho foi criado por ele, antes da encarnação. Para outros (mais tarde denominados trinitários), Jesus (o Filho) era Deus, eterno, da mesma substância do Pai. que sempre existiu com o Pai.  A disputa levava a que cada vez que se explicasse uma heresia, criava-se outra, num jogo de palavras e contradições sem fim. Por exemplo:
2-Para vencer os monarquistas, os tinitários diziam que Jesus, foi gerado e não criado. Penso que “gerar” e “criar” significa que o que não existia passou a existir, através de geração ou criação. Então o que foi criado ou gerado não é eterno, teve um começo. Logo, não pode ser consubstancial com Deus, mesmo que tenha sido gerado antes de todas as coisas.
3-Os monofisistas pregavam que a natureza humana de Jesus, tinha sido absorvida pela divina. Neste caso Ele passou a ser Deus. Os trinitários, afirmavam que Jesus era divino e humano ao mesmo tempo, mas ensinavam, que Maria era mãe de Deus, do Jesus-Deus e não do Jesus-homem.
4-Tertuliano (século II) dizia que na Trindade, existia uma só substancia divina, um só poder divino, sem separação, divisão, dispersão ou diversidade, havia porém uma distribuição das funções entre Pai, Filho e Espírito Santo. Concluo: uma pessoa e três funções, nada de trindade.
5-Os orientais afirmaram que os ocidentais, pareciam subordinar o Espírito Santo ao Cristo encarnado (Jesus) e elevavam Jesus a uma posição comparável a do Pai, o que tornava o Espírito Santo inferior a ambos
6-Em 675 (Concílio de Toledo), ficou definido:  “O Pai é aquilo que é o Filho ...Aquele que é o Pai não é o Filho ...”. Comentário: o Pai e o Filho são da substância “aquilo”, ou seja ( é eterno, infinito, onipotente, onipresente, onisciente, santo, amor, justo, etc). Quanto ao “aquele” diz que são pessoas distintas. Neste caso quando o Filho está em sua função o Pai não está com Ele e vice-versa, um deles deixa de existir e deixa de ser infinito, eterno, da mesma substancia. Para resolver este impasse, em 675 e em 1442 (Concílio de Florença) foi dito: “ ... o Pai está todo inteiro no Filho ...”. Se o Pai está todo no Filho e o Filho no Pai, significa que só existe um, que Pai e Filho são apenas palavras e não pessoas distintas.
7-Agostinho (e Lutero) disse que as 3 pessoas não podem ser distinguidas teologicamente entre si por outra coisa senão seus mútuos relacionamentos como Pai, Filho e Espírito Santo. Concluo que isso significa que só há uma pessoa e três funções.
8-A Igreja católica baseia sua teologia na tradição dos “pais da igreja”. Mas considero a tradição:
a)é resultado do sincretismo religioso dos pais da igreja, que eram na maioria de origem pagã.
b) disputas de grupos interessados no poder (da igreja), em detrimento dos ensinamentos das escrituras. As escrituras de hoje são fiéis aos originais, basta ler e comparar o que elas ensinam e o que a tradição ensina para se perceber que não há semelhança.
9-Hoje, os teólogos “cristãos”, teriam que explicar:
a) Se a Trindade são 3 pessoas iguais por inteiro (Florença 1442), formando uma unidade. Se o Pai é Deus, se o Filho é Deus e se o Espírito Santo é Deus, então qualquer um dos três “sozinho” ( fora da Trindade) pode se dizer Deus? Não seria triteísmo? Não seria a Trindade uma Quarta pessoa, resultante da fusão das três que a compõe (tetraditas) ?
b) Se o Pai é aquilo que o Filho é, mas o Pai não é o Filho. (Toledo 675). Então o Pai poderia ser Deus, sem o Filho. Não seria o Deus unipessoal, conforme o Velho Testamento ?
c) Se o Pai gera o Filho e o Espírito procede do Pai e do Filho. Há uma declaração de hierarquia. Como Eles podem ser iguais se há uma dependência do Filho em relação ao Pai e do ES em relação ao Pai e ao Filho ? Como o Filho e o Espírito podem ser eternos, se são gerado e procedente ?
d) Sendo três as pessoas e três as funções (“aquele” que é o Pai não é o Filho) a saber: Pai Criador, Filho Salvador e Espírito Santificador. Como seria distribuído entre eles, as funções de Restauração e Cura, Provedor, União e Vitória, Paz e Amor ?


MINHA CONCLUSÃO
            Deus é unipessoal e tem um Espírito ativo e todo o poder com ciência e Justiça (Palavra ou Verbo ), que são suas características (JO1,18). Cristo é uma função e significa “enviado mensageiro”. Jesus é a pessoa que foi enviada com a função (Cristo) de ensinar o caminho para a vida, como foi prometido nos tempos de Moisés. Poeticamente diz-se que a Palavra de Deus encarnou em Jesus, para que conhecêssemos a Vontade de Deus. Isto ocorreu no batismo, quando Deus inspirou (ungiu) Jesus com o Espírito Santo e deu-lhe a ciência adequada e suficiente para a libertação e salvação da humanidade, esta é a plenitude da divindade para os homens. Jesus morreu porque nos ensinou e para nos ensinar na prática, esta ciência. A ciência que nos separa do pecado no meio dos pecadores. A sua memória presente entre nós até os dias de hoje, cruzando os tempos, é a prova que ele era o enviado de Deus (Cristo) e que ele é Senhor para sempre, o primogênito entre os homens, o irmão mais velho, o herdeiro das coisas de Deus. Na sala do trono dos céus ele é o Cordeiro de Deus, que foi morto em sacrifício das nossas faltas, como mandava a lei judaica em seu tempo. Com a morte de Jesus seu Espírito e Conhecimento (a Palavra de Deus) voltou para Deus, do qual sempre fez parte. Por isto Paulo diz: temos um só Deus (Pai) e um só Senhor (Jesus) e João acrescenta, quem não aceita Jesus como Cristo e Senhor é anti Cristo. Aceitar Jesus como Deus é idolatria pois está humanizando Deus e divinizando um homem.
O Espírito Santo se apresenta como luzes diante do trono de Deus. Luz que ilumina o trono e o Caminho (Jesus), mostrando-o para nós, nos guiando nele como nosso pastor. Digo que o Espírito não ilumina o nosso caminho, mas o Caminho Jesus, para nós seguirmos.
A Vontade de Deus está expressa para nós nos ensinamentos de Jesus e o Espírito Santo é o que nos orienta e conduz. Nenhuma igreja ou associação pode lhe tirar esta função, mesmo que esta organização se arrogue detentora de qualquer direito. O direito só é legítimo quando se cumpre o acordo. Lembre-se que o povo judeu perdeu sua eleição, para os pagãos, pois não seguiram o acordo (aliança) com Deus, rejeitando Jesus. E a associação que não obedece a Palavra de Deus, não pode se dizer proprietária dela.


CRISTO  X  FILOSOFIA  X  TRADIÇÃO CRISTÃ
            Para conhecer a origem das heresias do cristianismo de hoje, preparei esta tabela resumida.


1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Deus uno
s
s
s
s
n
n

s
n
s
Deus trino
n
n
n
n
s
s

n
s
n
imortalidade da alma


n
n
s

s
n
s
n
reencarnação


n

n
n
s
n
s
n
ressurreição dos mortos


s
s
n
s
n
s
n
n
ressurreição da carne



n
s
n
s
n
n
n
salvação pela fé
s
n
n
s
n
s
n
s
n
n
salvação pelas obras
n
s
s
n
s
n
s
n
n
n
anjos, espíritos e demônios
s
s
s
s
s
s
s
s
s

reino de Deus e vida eterna










índice:
1- Abraão  2- Moisés  3- velho testamento  4- Jesus  5- católicos  6- protestantes    7- espíritas  8- testemunhas de Jeová  9- Platão/ Sócrates (S Agostinho)  10- Aristóteles (S Tomás)

s = sim, concordam                n = negam  


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